O sistema automático faz uma comparação entre a velocidade e as rotações do motor para definir a marcha a ser empregada. Muitos conhecem esse mecanismo por hidramático, que na verdade é apenas o aportuguesamento da palavra “hydramatic”, o nome do sistema pioneiro que equipava carros da GM a partir dos anos 30. Hoje hidramático já consta até nos dicionários.
A diferença básica entre uma transmissão manual e a automática é que a primeira trava e destrava diferentes sequências de engrenagens dentro da caixa de mudanças a fim de conseguir as várias relações e permitir diversas velocidades. Para conseguir essas mudanças, o sistema manual conta com a ajuda da embreagem, para acoplar e desacoplar o conjunto.
Já a transmissão automática faz conjunto de engrenagens planetárias - um jogo equivalente ao das engrenagens utilizadas no manual, porém em uma única peça - produzirem todas as relações diferentes e, em consequência, permitir diversas velocidades. No câmbio automático, uma peça de fundamental importância é o conversor do torque, que faz a função da embreagem.
O conversor de torque de um câmbio automático faz um acoplamento hidráulico que permite que o motor gire independe da transmissão. Se o motor girar mais lento, como acontece com o motor em marcha lenta, a quantidade de torque que passa pelo conversor é menor. Se o motorista pisar no acelerador, o motor vai bombear mais fluido para dentro do conversor de torque, o que faz com que o torque seja transmitido às rodas e em consequência o automóvel se mova.
O engate das marchas é obtido por meio de fricções de vários discos, comandados hidraulicamente. Eles podem, tanto travar, como receber ou transmitir movimento – o funcionamento ocorre segundo as necessidades impostas pelo motorista. Nos câmbios mais modernos, o controle se dá por meio de uma central eletrônica.
A transmissão automática vem se popularizando graças ao ganho significativo de conforto, item indispensável no trânsito travado de grandes centros. O que impediu sua proliferação no Brasil foram o consumo mais elevado e alguma perda de rendimento em comparação ao modelo manual. Mas com a evolução industrial, atualmente já contamos com modelos capazes de oferecer consumo e rendimento semelhante aos câmbios manuais. No entanto, os custos ainda são bem maiores para equipar o veículo com esse dispositivo.
Dirigir um carro equipado com câmbio automático é mais simples do que pode parecer. Com raras exceções, as posições da alavanca são:
P: parking ou estacionamento, também necessário para dar a partida e bloqueia as rodas motrizes;
R: reverse ou marcha à ré;
N: neutral ou ponto-morto;
D: drive, engata todas as marchas à frente, geralmente 4 ou 5 marchas, a troca de marcha e automática;
2: quando constar algum número junto a alavanca do automático, isso significa que a transmissão vai trocar marchas até aquela que está impressa, como por exemplo, segunda marcha. Isso é muito utilizado quando o veículo encontra-se carregado ou quando puxa um reboque. Outra possibilidade é o trânsito intenso das grandes cidades ou mesmo um aclive bem acentuado. Alguns modelos adotam a letra L, de low (baixa), para travar na primeira marcha.
S: Sport, botão que ativa o modo esportivo, usado para acelerações rápidas onde as marchas são mudadas a altas rotações, serve apenas para o modo automático;
M: troca de marcha passa a ser manual;
+ e -: Utilizados para aumentar ou diminuir a marcha de modo sequencial, é usada apenas para o modo manual;
O que é importante na condução de um carro equipado com câmbio automático é sempre pisar no freio ao utilizar a alavanca para escolher uma posição, principalmente o D.
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