Análise do jogo Sleeping Dogs


A história de Sleeping Dogs é um tanto conturbada. Digo isso não me referindo à narrativa do game, mas sim ao seu processo de desenvolvimento. O game foi apresentado pela primeira vez em 2009, com o título de True Crime: Hong Kong, e seria distribuído pela Activision. No meio de todo o processo, o estúdio Luxoflux, que estava produzindo o game, foi fechado e a Activision acabou cancelando o projeto em 2011 devido a questões orçamentais. Em agosto do mesmo ano a Square Enix adquiriu os direitos do título. O game foi então lançado em 2012 com o título Sleeping Dogs.

Em Sleeping Dogs o jogador assume o comando de Wei Shen, um policial infiltrado no universo mafioso de Hong Kong. Mesmo sendo um agente da lei, em certos momentos Wei resolve questões pessoais envolvendo o seu passado. Depois de passar por alguns trabalhos de teste, Wei consegue finalmente tornar-se membro da tríade Sun On Yee, que tem como rivais os 18K. Como o protagonista acaba criando relações no submundo das tríades, ele discute várias vezes com o seu superior por não concordar com as ações que serão tomadas pela polícia.

A história do jogo é muito boa, sendo marcada por reviravoltas e alguns momentos pesadors. Além das missões principais, Wei trabalha na resolução de quatro casos policiais, onde o principal objetivo é conseguir provas para incriminar o agente responsável por cometer os ilícitos. O jogo compensa a ausência de um modo multiplayer com uma enorme quantidade de atividades secundárias. O jogador pode ajudar as pessoas com pequenos afazeres (chamados no game de favores), realizar ações de polícia, disputar corridas, realizar lutas, dentre outros. Muito embora conte com uma grande quantidade de secundárias, elas acabam por tornar o jogo repetitivo, já que não há muita variedade em seus objetivos.

Como Wei é um agente da lei, durante a execução das missões principais, dos casos de investigação e dos trabalhos de polícia, os danos causados aos patrimônios público e particular reduzem a sua pontuação ao final das missões, afetando consequentemente a sua progressão nas habilidades de polícia.

O mapa de Sleeping Dogs não é grande, mas se torna funcional para aquilo que o jogo se propõe. Nele estão escondidos câmeras de segurança, caixas com dinheiro e santuários para Wei rezar (e aumentar sua saúde). Existem ainda 11 estátuas de Jade para serem encontradas e coletadas. Entregando as estátuas para Sifu Kwok, será possível liberar novas habilidades de combate. Como grande parte dos confrontos no jogo são disputados no corpo a corpo, desbloquear novos golpes torna a vida do jogador mais fácil. A mecânica de combate é bem fluida e com comandos simples: Wei pode atacar, esquivar, atordoar e utilizar objetos presentes no cenário para realizar execuções (lembrando muito Batman: Arkham Asylum).

Outro ponto marcante da jogabilidade são as perseguições a pé acrobáticas, bem no estilo Assassin's Creed. Nas ocasiões em que é necessário utilizar arma de fogo, o game também se comporta bem, mesmo não apresentando nada de especial a não ser as habilidades que podem ser desbloqueadas pelo jogador. A jogabilidade com os veículos (carros, motos e barcos) é boa. Deixo aqui um pequeno relato: quando eu estava conduzindo barcos em alta velocidade, o som do motor do barco parou de ser reproduzido, permanecendo apenas a música que estava tocando no rádio. Foi um bug que aconteceu mais de uma vez.

Falando em bugs, durante minha jogatina eu presenciei alguns que chegaram a me incomodar. O jogo fechou inesperadamente comigo três vezes. Aconteceu também do save automático parar de funcionar e o jogo travar quando eu tentei efetuar um salvamento manual, o que me obrigou a reiniciá-lo e repetir as missões que não foram salvas. Os demais bugs por mim presenciados não chegaram a afetar a experiência.

Graficamente, Sleeping Dogs é um jogo bonito. A construção da cidade e a caracterização dos personagens é bem executada. Hong Kong apresenta variação de dia e noite, havendo também momentos de chuva. Algo que eu gostei muito foi o sistema de GPS do game, que indica nas próprias ruas quais caminhos o jogador deve seguir (desobrigando-o de fazer constantes checagens no minimapa no canto inferior da tela). No tocante a trilha sonora, temos músicas licenciadas de diversos estilos nas rádios do jogo.

Desenvolvido pela United Front Games, Sleeping Dogs foi lançado em 2012 para Windows, PlayStation 3 e Xbox 360. Em 2014, o jogo ganhou uma remasterização intitulada Sleeping Dogs: Definitive Edition para Xbox One, PlayStation 4 e Windows. O game foi disponibilizada em 2016 para macOS. Esta análise foi feita com base na versão do Xbox One.


Considerações finais
Sleeping Dogs não é um jogo inovador, mas executa muito bem aquilo que se propõe, com destaque para os momentos de combate corpo a corpo e parkour. O jogo reúne mecânicas que deram certos em outros games, entregando uma boa experiência de gameplay para o jogador. Aliado a isso, temos no modo campanha uma história bem construída, com boas reviravoltas e momentos surpreendentes.

O jogo, no entanto, sofre com alguns problemas. Como o mapa do jogo não é muito grande, os produtores acabaram enchendo-o de atividades secundárias para aumentar o tempo de vida útil do game. O grande problema é que estas atividades seguem sempre o mesmo padrão, o que torna o jogo repetitivo rapidamente.

Nota
★★★★☆ - 4 - Ótimo


➜ Você pode ler análises de outros jogos clicando aqui.
Herbert Viana

Criador e editor do Portal E7, Herbert é advogado, amante de games e séries. Gamertag/ID: "HerbertVFV". twitter

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