Análise da série Hanna (1ª temporada)


No ano de 2003, Erik Heller (Joel Kinnaman) resgatou um bebê de uma misteriosa instalação localizada na Romênia. Enquanto tentava escapar em um carro, junto com a mãe da criança, um forte esquema de segurança é acionado e eles acabam sendo perseguidos por um helicóptero. No processo de fuga, um acidente acontece e a mulher falece com o impacto da batida. Antes do veículo explodir, Erik consegue pegar a criança e se esconde no meio do bosque, não sendo mais visto pelas autoridades.

Quinze anos mais tarde, conhecemos a agora adolescente Hanna (Esme Creed-Miles), que durante todo esse tempo foi criada por Erik no meio de uma floresta. Ele a ensinou dois idiomas, conhecimentos gerais, conceitos básicos de sobrevivência, artes marciais e manuseio de armas de fogo. A partir do momento em que começa a descobrir detalhes sobre a vida humana existente fora da mata, Hanna passa a fazer questionamentos sobre o seu passado e começa tomar algumas atitudes imprudentes, colocando a sua vida e a de Erik em risco.

Logo percebemos que Hanna não é uma pessoa completamente normal e esse é justamente o motivo dela ser um alvo de perseguição: sua origem está diretamente ligada com um programa secreto da CIA, conhecido pelo codinome Utrax. Como a sede da Utrax não é encontrada nem mesmo nos mapas via satélite, tudo leva a crer que se trata de uma operação extremamente confidencial. No decorrer dos oito episódios, descobrimos qual era o envolvimento de Erik com a Utrax e qual foi o motivo determinante para ele ter decidido resgatar Hanna.

Outra figura importante nessa história é Marissa Wiegler (Mireille Enos), que em 2003 era a principal responsável pela Utrax. Depois da ação de Erik, a CIA foi obrigada a fechar às pressas o desenvolvimento da operação, levando Marissa a cometer uma atitude extrema e que deixou marcas profundas no seu psicológico. Agora morando em Paris, a vida de Wiegler vira um caos quando a CIA descobre que Hanna está viva, o que faz com que ela inicie uma caçada compulsiva contra a garota. Cabe mencionar que a CIA mantém alguns segredos da Utrax que nem mesmo Marissa tem conhecimento.

É curioso acompanhar como Hanna passa a se comportar em uma sociedade que ela desconhecia completamente. Enquanto fugia das autoridades em Marrocos, a jovem conhece Sophie (Rhianne Barreto), uma garota inglesa que estava fazendo uma viagem com sua família pelo país africano. As duas rapidamente se tornam amigas e Sophie convence seus pais a ajudarem Hanna na sua falsa jornada para reencontrar seu pai - a protagonista logicamente não contou a verdade para eles. Já prevendo que algum dia a CIA poderia ir atrás de Hanna, Erik criou um plano de emergência, indicando para onde ela deveria se dirigir e qual história ela contaria para as outras pessoas. É basicamente isso que acompanhamos nos primeiros episódios da temporada.

As surpreendentes habilidades de combate de Hanna até são compreensíveis, devido a sua força e o treinamento que ela recebeu de Erick, já outros detalhes da série acabam soando um pouco estranhos. Como alguém que nunca tinha frequentado o ambiente urbano consegue se virar tão bem em cidades de vários países? E mais: como Hanna dirige com facilidade os carros, e até mesmo um ônibus, se ela passou quase a vida toda em uma floresta do leste europeu? A extrema rapidez com que a CIA consegue detalhes sobre o paradeiro da protagonista também chama a atenção. Mesmo que passem despercebidos por alguns, esses detalhes são responsáveis por deixar a história da série um pouco superficial.


Considerações finais
Criada por David Farr, Hanna é baseada no filme homônimo dirigido por Joe Wright, lançado em 2011, do qual Farr é um dos roteiristas. Além de ter escrito o enredo de sete dos oito episódios, David Farr também atuou como produtor executivo. A premissa é extremamente interessante, mas a forma escolhida para retratar alguns acontecimentos tiram parte do brilho da atração. Certas coisas acontecem com uma facilidade tão grande que não condizem com a realidade, mesmo levando em consideração as habilidades da protagonista e todo o serviço de informação que a CIA tem à sua disposição.

A série basicamente foca a sua narrativa em dois pontos: o desenvolvimento de Hanna no mundo socializado e os desafios enfrentados por ela ao tentar salvar a sua vida e a de Erik. As cenas de ação estão presentes em praticamente todos os episódios e são sempre muito bem executadas. A excelente atuação do elenco é outro fator que merece destaque, assim como a fotografia e a direção. Como as coisas acontecem de uma forma muito rápida, não foi uma experiência entediante, mas entendo que certas partes poderiam ter tido um melhor desenvolvimento. Apesar dos problemas, Hanna conseguiu despertar em mim a curiosidade de querer saber o que acontecerá na sequência.

Nota
★★★☆☆ - 3 - Bom


Veja mais sobre Hanna:
└ Análise da série Hanna (2ª temporada)

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Herbert Viana

Criador e editor do Portal E7, Herbert é advogado, amante de games e séries. Gamertag/ID: "HerbertVFV". twitter

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