Análise da série Homecoming (2ª temporada)
Atenção! O texto a seguir contém spoilers da primeira temporada de Homecoming.
Desenvolvido pela Geist Emergent Group, o Homecoming foi um programa criado para oferecer “tratamento” para veteranos de guerra. O objetivo era recuperar os soldados dos traumas causados pelo conflito armado e convencê-los a retomarem suas atividades no serviço militar. Para isso, os agentes ingeriam sem saber uma substância vermelha que agia apagando parte de suas memórias. Sendo sempre cobrada por seu chefe Colin Belfast (Bobby Cannavale), Heidi Bergman (Julia Roberts) é quem acompanhava de perto a evolução dos soldados no programa. Walter Cruz (Stephan James) foi um dos militares submetido a experiência e também foi um dos responsáveis pelo encerramento do programa.
A segunda temporada começa com uma mulher (Janelle Monáe) acordando em um barco sem nenhum tipo de lembrança. Ela pede ajuda ao avistar um homem, mas ele acaba correndo. Remando com os próprios braços para chegar até a margem, a mulher encontra a chave de um carro no chão. Depois de se deparar com um policial e não saber responder nenhuma das perguntas que lhe foram feitas, ela é levada para um hospital. Um documento que ela carregava consigo tinha a identificação de “Jackie”. Seria este o seu nome? Com uma contusão no braço, o médico acredita que ela era usuária de drogas. Como ia acabar tendo maiores problemas, Jackie foge do hospital, pega carona com um idoso que ela conheceu e pede para ele deixá-la em um bar chamado Skins. Como encontrou algo na sua jaqueta que fazia referência ao bar, a personagem começa a tentar descobrir o que teria acontecido com ela.
Depois de coletar algumas informações, a jovem chega a um quarto de hotel e acaba encontrando algumas coisas interessantes, como um melão em cima da cama; ela também localiza o carro cuja chave tinha encontrado. Investigando o veículo, a protagonista encontra pistas que a levam até a casa de Audrey Temple (Hong Chau). Jackie segue Audrey até a sede da Geist, ocasião em que descobrimos que Jackie na verdade se chamava Alex Eastern e que ela tinha uma ligação com Audrey. Vale lembrar que Audrey foi a responsável por dispensar Colin da Geist no final da primeira temporada; tal ato foi fruto de uma ousada jogada, conforme descobrimos no decorrer dos episódios. Se antes sabíamos muito pouco sobre a Geist, o segundo ano de Homecoming é quase que inteiramente focado no ambiente da companhia.
A partir desse momento as coisas começam a se encaixar. Por meio de flashbacks, conhecemos todos os eventos que levaram Jacki/Alex a ir parar dentro daquele barco (além de, claro, saber o que diabos o melão estava fazendo no quarto do hotel). A forma com que a série faz ligações com a primeira temporada me surpreendeu positivamente: era importante adotar novas abordagens, já que uma das principais personagens do ano de estreia, retratada pela atriz Julia Roberts (agora produtora executiva da atração), não aparece mais na história. Por outro lado, Walter Cruz continua tendo uma grande importância para a trama.
Ao tomar maiores conhecimentos sobre o que de fato acontecia no Homecoming, o proprietário da Geist, Leonard Geist (Chris Cooper), deseja acabar com o cultivo da misteriosa planta que dá origem ao líquido vermelho. Audrey, no entanto, quer que a empresa de sabão continue investindo na substância, inclusive colocando-a oficialmente no mercado, podendo ser utilizada para aliviar os efeitos da ansiedade. São duas visões conflituosas e que acabam ganhando um terceiro interessado: o Departamento de Defesa, representado por Francine Bunda (Joan Cusack). Depois de Audrey dizer que Geist tinha quebrado o protocolo em uma reunião oficial, Francine se demonstrou extremamente interessada no programa: na visão dela, o trabalho feito no Homecoming funcionou, já que não havia relatos de veteranos apresentando problemas após o tratamento. Para Francine, a única adversidade foram os protocolos.
O imbróglio surge quando Walter decide conhecer mais detalhes sobre o tratamento ao qual foi submetido no passado. Como não se lembrava de nada, tendo apenas a versão que foi contada por sua mãe, Walter decide ir atrás do seu histórico médico objetivando descobrir o que tinha acontecido com ele. Como uma pessoa pode ter feito uma cirurgia na cabeça sem ter nenhuma cicatriz? Acontece que parte das informações que estavam no seu prontuário eram confidenciais e precisavam da autorização de um terceiro para serem liberadas. Ele, logicamente, irá atrás de respostas. Esse é o ponto de convergência entre Walter e a narrativa do segundo ano da série do Prime Video.
Considerações finais
Além de responder muitas dúvidas que foram deixadas após o desfecho da primeira temporada, o segundo ano de Homecoming segue apresentando uma história interessante, desta vez centrada na personagem Alex Eastern. Junto com Alex, o espectador vai descobrindo detalhes da trama, ao mesmo tempo que é surpreendido com algumas revelações. Temos ótimas pontes de ligação entre os dois anos da atração, o que é ótimo para o universo da série. Gostaria apenas de ter visto uma maior participação do personagem Colin, ele aparece em um único episódio.
Assim como na temporada passada, os flashbacks têm um papel importante no desenvolvimento da narrativa, muito embora tenham sido desta vez explorados de uma maneira diferente. A direção de Kyle Patrick Alvarez não chega a ser tão ousada e incrível como foi a de Sam Esmail (agora produtor executivo), mas ainda assim é bem executada e nos brinda com alguns bons planos sequência. O principal destaque fica com as excelentes atuações do elenco, em especial da atriz Janelle Monáe. Finalizo destacando que mais uma vez tivemos um episódio final que conseguiu fechar bem a história da temporada, ao mesmo tempo que deixa margem para que uma sequência aconteça.
Nota
★★★★☆ – 4 – Ótimo
Veja mais sobre Homecoming:
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