Análise do jogo Watch Dogs


Desde que foi anunciado, na E3 de 2012, Watch Dogs chamou a atenção de grande parte da comunidade gamer pelas mecânicas de gameplay e o visual apresentados nos trailers. Após sofrer alguns adiamentos, a comunidade pôde, em 2014, colocar as mãos novo jogo da Ubisoft.

Aiden Pearce, protagonista do game, é um habilidoso hacker que acaba se envolvendo com pessoas perigosas. Na introdução do game, vemos Aiden e Damien Brenks realizando uma operação no luxuoso hotel Merlaut. A invasão acaba dando errado e Aiden é posteriormente identificado. Como forma de vingança, alguém encomenda o assassinato de um dos familiares de Aiden, como uma forma de tentar intimidá-lo. Enquanto dirigia por uma das ruas de Chicago, local onde o game é ambientado, Aiden Pearce acaba sofrendo um acidente de carro, que ocasiona a morte de sua sobrinha Lena Pearce.

11 meses depois do ocorrido, Aiden fica cara-a-cara com Maurice, o responsável em atirar no pneu do seu carro e provocar o acidente. É neste exato momento que o jogador assume o comando do protagonista. Movido por um sentimento de vingança, Aiden quer descobrir quem é a mente que está por trás do assassinato de sua sobrinha. Para alcançar este e outros objetivos, Pearce se une ao DedSec, um grupo de hackers que luta contra o sistema imposto pelos governantes aos cidadãos comuns, e começa a fazer justiça com as próprias mãos.

O game impressiona pela profundidade de sua história, que apesar de não ser inovadora, consegue gerar todo um clima de suspense. A excelente dublagem (em português) proporciona uma experiência ainda mais interessante para o jogador, que de certa forma acaba se envolvendo com a causa de Aiden Pearce. Outro fator que merece destaque são os personagens secundários bem trabalhados, como é o caso de Clara, Jordi e T-Bone: cada um deles exerce papeis muito importantes na narrativa do game.

Chicago é uma cidade monitorada pelo ctOS, um sistema de segurança que armazena dados das pessoas e de tudo o que acontece na cidade. O ctOS foi desenvolvido pela Blume, uma grande empresa do ramo de tecnologia, que acaba fornecendo os dados pessoais dos cidadãos para as grandes corporações.

A jogabilidade do game se assemelha aquilo visto na franquia Assassin's Creed, mas a dirigibilidade dos veículos deixa muito a desejar. Apesar do jogador poder adquirir novas habilidades de direção, ela continua sendo muito imprecisa, principalmente se comparada com outros games de mundo aberto. Até é possível se acostumar com a mecânica, mas não deixa de ser um dos pontos negativos do game.

Já as habilidades de hacker são os pontos altos do game. Por meio do seu smartphone Aiden é capaz de invadir o ctOS e hackear diversos mecanismos espalhados pela cidade, como câmeras de segurança, semáforos, tubulações de gás, dentre outros. Aiden também consegue ver o nome, a profissão, o tipo sanguíneo e a conta bancária de cada um dos habitantes de Chicago, sendo ainda possível escutar suas chamadas de voz, ler suas mensagens e roubar suas contas bancárias. No game existe uma árvore onde o jogador pode desbloquear novas mecânicas e habilidades.

Apesar de haver um grande grupo de missões secundárias, elas acabam se tornando repetitivas. O modo multiplayer consiste basicamente em um jogador invadir a partida de outro e tentar hackeá-lo. Para isso é preciso se manter próximo do seu alvo e se manter escondido. Caso o jogador não queira ser invadido por outros jogadores, é possível desativar essa funcionalidade.

Andando pela cidade, o jogador poder descobrir novas músicas, aumentando a trilha sonora licenciada, que é pequena e acaba não empolga muito. Não se tem uma rádio no jogo, e sim um reprodutor de músicas. Algo interessante a ser observado é que o jogador consegue escutar as músicas mesmo que esteja fora de um veículo. Já a trilha sonora original é boa e se encaixa perfeitamente aos diversos momentos do jogo.

Falando dos gráficos, o resultado entregado pela Ubisoft está abaixo daquilo que foi demonstrado nos trailers, o que frustrou uma grande massa de jogadores. No PlayStation 4, PC e Xbox One o visual é bonito, mas nos consoles da sétima geração (Xbox 360 e PlayStation 3) o visual realmente poderia ter sido melhor trabalhado, principalmente se compararmos com GTA V, que possui um mapa muito maior e foi lançado um ano antes. Vale lembrar que Watch Dogs também está disponível para o Nintendo Wii U. Esta análise foi feita com base na versão para Xbox 360.


Considerações finais
Watch Dogs foi vítima do seu próprio marketing, que chamou muito a atenção por seus belíssimos gráficos, mas o resultado final ficou abaixo do esperado. É importante falar que o gráfico não é o fator determinante se para medir a qualidade de um jogo, é preciso ir além, enxergar que o game inovou ao apresentar uma nova proposta para os jogos sandbox.

O jogo possui uma dirigibilidade estranha nos veículos? Possui! Possui missões secundárias um pouco repetitivas? Sim! Mas também apresenta uma história bem construída, novas mecânicas de jogabilidade e proporciona uma experiência nova para aqueles jogadores que estão dispostos a experimentá-la. Por ser o primeiro jogo de uma provável nova franquia, com certeza a Ubisoft se atentará a tudo o que foi dito para uma eventual continuação.

Nota
★★★★☆ - 4 - Ótimo


Veja mais sobre Watch Dogs:
└ Análise do jogo Watch Dogs 2
└ Watch Dogs: conheça a história do ctOS

➜ Você pode ler análises de outros jogos clicando aqui.
Herbert Viana

Criador e editor do Portal E7, Herbert é advogado, amante de games e séries. Gamertag/ID: "HerbertVFV". twitter

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