Análise da série Narcos (1ª temporada)
Inspirado em fatos reais, Narcos mostra a ascensão de Pablo Escobar (Wagner Moura), um pequeno traficante que se tornou a principal cabeça por trás do narcotráfico colombiano, além das coisas absurdas que ele conseguiu (inclusive com o governo da Colômbia) ao longo de sua vida. Em toda essa história, uma coisa é fato: Pablo era um sujeito muito inteligente.
Em um primeiro momento, Pablo ajudava as pessoas mais pobres de seu país, distribuindo parte do dinheiro obtido com o tráfico de drogas para as pessoas mais necessitadas. Ele tinha uma popularidade alta e chegou até mesmo a ser eleito para um cargo do legislativo. Para tentar mascarar a origem do seu vasto patrimônio, Escobar tinha uma empresa de táxi. No entanto, quando descobriram sua ligação com o mundo das drogas, ele foi forçado a abandonar o seu cargo político e, por consequência, ver o seu sonho de se tornar presidente da Colômbia ser interrompido.
Como grande parte da cocaína produzida pelo Cartel de Medellín tinha os Estados Unidos como destino, era natural que uma das maiores potências do mundo não ia ficar parada vendo as drogas tomarem conta das ruas de suas maiores cidades. A DEA (órgão estadunidense responsável pelo combate de drogas) envia o agente Steve Murphy (Boyd Holbrock) até a Colômbia, onde ele forma uma dupla com Javier Peña (Pedro Pascal), outro agente da DEA. Juntos os dois vão tentar capturar Pablo e pôr fim à sua operação. A história é contada sob o olhar de Steve, que constantemente faz narrações para contextualizar o telespectador. Importante analisarmos o contexto histórico da série, período em que os EUA ainda travavam uma luta contra o comunismo. Narcos faz, inclusive, críticas às posturas tomadas pelo país do Tio Sam.
Como era de se esperar, o DEA possui uma atuação mais discreta fora dos Estados Unidos. Na Colômbia, os agentes precisarão do apoio da polícia local para poder executar suas ações. O que Steve e Javier não esperavam era a grande influência que Pablo tinha sobre diversos setores da sociedade, o que incluía os policiais. Além de não barrarem o transporte de drogas pelo país, os policiais sempre avisavam Pablo das ações tomadas no combate ao tráfico, permitindo que o Cartel de Medellín rapidamente traçasse novas estratégias. A missão de capturar Pablo não seria uma tarefa fácil.
A situação começa a mudar quando o governo dos Estados Unidos pressiona a Colômbia para tomar atitudes em relação aos narcotraficantes. Com o caos que o país estava se tornando, começam a surgir ideias sobre uma política de extradição de traficantes para os Estados Unidos. É aí que conhecemos o lado mais sombrio de Pablo Escobar: o líder do Cartel de Medellín está disposto a derramar quanto sangue for necessário para que a extradição não seja colocada em prática na Colômbia.
No meio de toda essa polêmica, o grupo guerrilheiro M-19 invade o Palácio da Justiça e faz uma queima dos arquivos lá existentes sobre Pablo Escobar. Durante a campanha para as eleições de 1990, Luis Galán (Juan Pablo Espinosa), líder das pesquisas, tinha algumas posições que não favoreciam os traficantes, dentre elas a política de extradição, o que o levou a ser morto por uma rajada de tiros durante um evento político. Estas são apenas algumas das ações tomadas por Escobar durante a primeira temporada.
Considerações finais
Com produção executiva de José Padilha (Tropa de Elite), que também dirige alguns episódios, e protagonizada por Wagner Moura, Narcos tornou-se extremamente popular no Brasil. O sucesso não se restringiu ao nosso país, a atração da Netflix também fez grande sucesso no mercado internacional. Narcos é uma série intensa e repleta de momentos de ação: tiroteio e cenas de sexo são frequentes durante a primeira temporada.
Normalmente, enquanto escutamos a narração de Steve Murphy, imagens de arquivos históricos são exibidas, dando uma pegada de documentário à produção (mas atenção, não se trata de uma série documental). Os atores fazem um excelente trabalho, agregando qualidade à série. A forma com que a narrativa é conduzida me agradou, mas a linha temporal pode parecer um pouco confusa em alguns episódios. É preciso ficar atento às datas exibidas na tela para se ter ideia dos saltos temporais.
Nota
★★★★☆ – 4 – Ótimo
Veja mais sobre Narcos:
└ Análise da série Narcos (2ª temporada)
└ Análise da série Narcos (3ª temporada)
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