Análise da série Dark (2ª temporada)

Atenção! O texto a seguir contém spoilers da primeira temporada de Dark.

Em termos de enredo, Dark certamente é a série mais complexa já produzida pela Netflix. Cheia de mistérios e envolvendo viagens no tempo, a produção alemã inicia o seu segundo ano mostrando o que aconteceu com Jonas (Louis Hofmann) após o episódio final da primeira temporada. Jonas vai parar no ano de 2053 e se depara com um local distópico, atingido por um apocalipse há trinta e três anos.

Vendo o que o mundo irá se tornar, Jonas tem o desafio de tentar encontrar alguma forma de voltar para o seu presente, 2020, interromper os ciclos temporais e tentar restabelecer as coisas. No meio dessa jornada, o jovem encontra-se com Claudia (Lisa Kreuzer), Noah (Mark Waschke) e Adam (Dietrich Hollinderbaumer), outras pessoas que também viajam pelo tempo e possuem diferentes teorias para “concertar” as coisas. A grande questão é: quem realmente está certo?

Seis meses se passaram desde o desaparecimento de Jonas e os moradores da cidade de Widen não conseguem entender o que está causando o sumiço de tantas pessoas na região. Uma força-tarefa, liderada por Clausen (Sylvester Groth), é enviada até à cidade para auxiliar os trabalhos de investigação da polícia local. Clausen começa a realizar interrogatórios e não se sente muito convencido com as respostas que lhes são dadas; ele percebe que naquele local existe algum tipo de mistério que as pessoas não estão dispostas a falar sobre. Acontece que o próprio investigador também possui seus segredos – sua ida até Widen tem outras motivações além de simplesmente ajudar Charlotte (Karoline Eichhorn) e sua equipe.

As coisas só começam realmente a fazer sentido para grande parte dos principais personagens quando a versão adulta de Jonas volta para o ano de 2020. A primeira pessoa com quem Jonas compartilha o que está acontecendo é sua mãe, Hannah Kahnwald (Maja Schöne). Para provar que o que diz é verdade, ele a leva para o ano de 1987, onde os dois veem Mikkel (Daan Lennard Liebrenz) na casa de Ines (Anne Ratte-Polle). Posteriormente, Charlotte, que já desconfiava das viagens no tempo após ver uma foto de Ulrich (Oliver Masucci) em um jornal de 1953, toma conhecimento de tudo junto com seu marido Peter (Stephan Kampwirth). Como não sabe quem são seus pais, Charlotte começa a desconfiar que ela tem algum tipo de relação com o que está acontecendo.

Assim como a primeira temporada, o segundo ano de Dark está repleto de mistérios. Mesmo que muitas perguntas tenham sido respondidas, a série ampliou ainda mais o seu universo, o que resulta em mais dúvidas do que certezas. Baran bo Odar e Jantje Friese, criadores da atração, certamente fizeram isso de forma proposital: eles guardaram a cereja do bolo para a terceira e última temporada, ao mesmo tempo que nos presentearam com grandes reviravoltas no segundo ano.

Sempre que uma série apresenta um grande grau de qualidade em sua primeira temporada, dúvidas e incertezas sobre sua sequência costumam ser criadas. Felizmente, os novos episódios de Dark continuam com um excelente ar de tensão e ótimas trilha sonora e fotografia. As escolhas de atores para representar as várias versões de um personagem mostraram-se mais uma vez bem acertadas. As representações de ambientes, sejam eles no presente ou no passado, também merecem elogios, demostrando o cuidado que a produção teve em criar cada uma das linhas temporais.

Considerações finais
Definitivamente Dark não é uma série de fácil compreensão, o que leva quem a assiste muitas vezes ter de recorrer a árvores genealógicas ou resumos das histórias dos personagens; estamos falando de uma produção que apresenta cinco linhas temporais. O fascinante é ver como a narrativa vai se encaixando a cada novo detalhe revelado. Quando se entende tudo o que está acontecendo é que percebemos o quão genial o universo da série consegue ser.

De resto, trata-se de uma excelente produção de ficção científica, recheada de mistérios e melancolia. As grandes dúvidas que surgem a todo momento e as reviravoltas no enredo certamente são elementos capazes de nos deixar fisgados em frente à TV (ou outro dispositivo utilizado). Fica agora a expectativa para que a temporada final consiga fechar todos os arcos criados sem deixar nenhum furo no complexo enredo. Pela última cena do segundo ano, podemos esperar mais uma leva de episódios ousados!

Nota
★★★★★ – 5 – Excelente

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Criador e editor do Portal E7, Herbert é advogado, amante de games e séries. Gamertag/ID: "HerbertVFV".
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