Análise da série La Casa de Papel (Parte 3)
Atenção! O texto a seguir contém spoilers da segunda parte de La Casa de Papel.
Depois de executarem com sucesso o assalto na Casa da Moeda da Espanha, fato retratado nas partes um e dois de La Casa de Papel, o grupo guiado pelo Professor (Álvaro Morte) espalhou-se pelo mundo. Divididos em duplas, cada um dos ladrões recebeu uma espécie de guia com o local para onde deveriam ir. Eles também foram instruídos a como entrar em contato com o Professor caso alguma emergência surgisse.
Tóquio (Úrsula Corberó) e Rio (Miguel Herrán) foram parar em uma ilha paradisíaca no Caribe. Sem ter muito o que fazer no local, Tóquio decide abandonar a ilha e buscar diversão na cidade. O casal continuaria mantendo contato por meio de um rádio via satélite, o que eles não esperavam é que a Europol conseguiria interceptar suas conversas e descobrir a localização dos dois. Quando Rio avista os barcos da polícia chegando à ilha, ele consegue contatar Tóquio para que ela fugisse. Com a ilha cercada, o jovem hacker não teve outra opção a não ser se entregar. Já Tóquio, em melhores condições, consegue fugir da polícia.
Seguindo as instruções recebidas após o roubo, Tóquio consegue fazer contato com seu transportador, que a leva até o Professor. Ao tomar conhecimento que Rio tinha sido capturado e provavelmente estava sendo torturado em terras estrangeiras, o Professor reúne o grupo e decide pôr em prática um plano idealizado por Berlim (Paco Tous) antes do assalto à Casa da Moeda. O novo plano é maior, mais ousado e também mais arriscado: a meta dos assaltantes é roubar a reserva de ouro nacional que está guardada no Banco da Espanha. Assim, o grupo conseguiria chamar a atenção da polícia e poderia negociar o resgate de Rio.
Além do Professor, Tóquio, Denver (Jaime Lorente), Nairobi (Alba Flores) e Helsinque (Darko Peric), todos sobreviventes do primeiro grande roubo, o grupo passa a contar om novos integrantes: Raquel Murillo (Itziar Ituño), ex-inspetora da polícia e agora identificada como Lisboa; Mónica Gaztambide (Esther Acebo), chamada de Estocolmo; Palermo (Rodrigo de la Serna), um engenheiro e velho conhecido de Berlim que passa a integrar o grupo a convite do Professor; Bogotá (Hovik Keuchkerian), um exímio soldador; e Marselha (Luka Peros), que será responsável por deixar a polícia espanhola totalmente confusa.
Do outro lado da história, também temos a presença de personagens já conhecidos, como subinspetor Ángel (Fernando Soto), o coronel Prieto (Juan Fernández) e o policial Suárez (Mario de la Rosa). Os novos nomes responsáveis por tentar desmantelar o plano do Professor são o coronel Tamayo (Fernando Cayo) e a inspetora Alicia Sierra (Najwa Nimri). Diferente de Raquel, Alicia é ousada e destemida: mesmo grávida, ela não demonstra muito seus sentimentos e sabe ser bem cruel quando é requisitada.
Quem comanda a operação dentro do Banco da Espanha é Palermo, desempenhando o mesmo papel que Berlim realizou no roubo à Casa da Moeda. Falando em Berlim, o irmão do Professor aparece de forma corriqueira na terceira parte em cenas de flashbacks. Mesmo que muitos esperassem que o personagem pudesse ter sobrevivido à ofensiva policial, tal fato era muito improvável e acabaria tornando a história ainda mais surreal. Quem está de volta é Arturito (Enrique Arce), que virou escritor e palestrante após o assalto à Casa da Moeda. Em uma ação inusitada, ele acaba querendo viver mais uma vez a sensação de virar refém – uma falha tentativa de convencer Mónica a deixá-lo conhecer o seu filho.
Considerações finais
Pode ser que muitos não saibam que La Casa de Papel não surgiu como uma série original da Netflix. A produção foi originalmente exibida pelo canal espanhol Antena 3 em uma temporada única composta por quinze episódios. Não havia nenhum plano para uma sequência da história. A Netflix adquiriu os direitos da série e a distribuiu em todo o mundo por meio da sua plataforma, dividindo a temporada em duas partes. O sucesso foi tão grande que a empresa de streaming encomendou uma continuação. É aí que surge algo preocupante: na indústria do entretenimento já vimos o lado comercial fazer com que séries sejam estendidas extensivamente, ocasionando, consequentemente, uma perda de qualidade.
A terceira parte de La Casa de Papel resolveu não arriscar e apresentou acontecimentos muito semelhantes aos que já foram vistos anteriormente: um grande assalto na Espanha e a luta da polícia para deter o plano e capturar o grupo criminoso. Temos alguns novos elementos interessantes, como o apoio popular recebido pelos assaltantes (devido a luta contra o sistema) e a insegurança do Professor em executar um plano que não foi por ele exaustivamente estudado. Confesso que achei os primeiros episódios abaixo da média, mas a série foi engrenando e conseguiu entregar um ótimo capítulo final. Além daquilo que todo mundo quer ver, nos oito episódios Álex Pina encontrou espaço para abordar temas como o machismo e os métodos de tortura utilizados pela polícia. No fim das contas, tanto as ações dos assaltantes quanto as da polícia merecem suas críticas. Os novos episódios provavelmente agradarão aqueles que já gostavam da série espanhola.
Nota
★★★★☆ – 4 – Ótimo
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