A trajetória da Rare com a Microsoft


A famosa desenvolvedora de jogos eletrônicos, Rare, foi fundada em 1985 e desde então já nos entregou grandes jogos. Alguns foram produções independentes, como o icônico Conker, enquanto outros games vieram de uma parceria que a empresa formou com a Nintendo, dando origem a sucessos como a trilogia Donkey Kong Country e a franquia Banjo Kazooie. Após vários jogos bem-sucedidos e um futuro promissor junto da Nintendo, a Microsoft, em uma grande cartada para impulsionar as vendas de seu primeiro console (o Xbox), comprou a Rare. Desde então, muitos dizem que a desenvolvedora já não é a mesma, duvidando até mesmo da capacidade do estúdio de produzir novos grandes jogos.

Após a aquisição da empresa, a Rare começou a trabalhar em um novo jogo exclusivo para Xbox, chamado Grabbed by the Ghoulies. Lançado em 2003, o jogo era um beat 'em up com temática sobrenatural e bem humorada, uma pegada semelhante à Família Adams. A recepção do jogo foi extremamente fria, tendo o título sido considerado medíocre. Grabbed by the Ghoulies teve muitas críticas com relação a seus controles e a sua jogabilidade repetitiva. Dois anos depois, chegou Conker: Live and Reloaded, este que era um remake do clássico do Nintendo 64, mas que trazia também um modo multiplayer. De maneira geral, o game acabou agradando o público, mas os danos causados por Grabbed by the Ghoulies não foram esquecidos.

Já na era do Xbox 360, a Rare trouxe a sequência de um dos seus jogos mais aclamados, Perfect Dark. O novo Perfect Dark estava originalmente planejado para o Nintendo Gamecube, porém, devido a compra pela Microsoft, o game chegou apenas ao Xbox 360. Perfect Dark Zero não foi tão criticado como Grabbed by the Ghoulies, mas também não agradou tanto quanto o primeiro game, deixando os fãs do estúdio com uma sensação de que a Rare não entregaria mais jogos como os anos de ouro enquanto second-party da Nintendo. Outro jogo que seria lançado para o Gamecube e acabou no Xbox 360 foi Kameo: Elements of Power, uma nova franquia que reascendeu as esperanças e conseguiu agradar os fãs, mas nem tanto a crítica.

Em 2006 a Rare lançou outra nova franquia no Xbox 360, Viva Piñata. O jogo apresentava uma proposta totalmente diferente dos jogos anteriores do estúdio e acabou sendo muito bem recepcionado pelos jogadores. A boa aceitação do game acabou gerando sequências para a franquia, com Viva Piñata: Trouble in Paradise chegando ao Xbox 360 em 2008, e, no mesmo ano, Viva Piñata: Pocket Paradise sendo lançado para Nintendo DS.

Após os bons desempenhos de Kameo e Viva Piñata, ficou claro que a Rare ainda sabia trabalhar com novas franquias. Era hora da empresa provar que também poderia dar continuidade às suas franquias mais antigas. Em 2008 chegou às lojas Banjo Kazooie: Nuts and Bolts, o terceiro jogo da série para consoles de mesa. A recepção do game por parte dos fãs foi péssima e a Rare foi acusada de destruir a essência da franquia, transformando-a em algo que funcionaria mais como uma nova IP e não um Banjo Kazooie. Assim, tudo o que a Rare estava construindo acabou sendo esquecido e as pessoas só se lembravam de Nuts and Bolts.

Com o fracasso de Banjo Kazooie: Nuts and Bolts, o estúdio acabou tendo todo o seu foco voltado para o desenvolvimento de exclusivos para o Kinect, que fizeram um certo barulho quando o periférico foi lançado em 2010, mas desagradaram totalmente os fãs do estúdio. A decisão de criar jogos para o Kinect fez com que boa parte dos funcionários deixasse a empresa.

Na oitava geração de consoles, em 2013, o Xbox One recebeu um novo jogo da franquia Killer Instinct, que foi criada pela Rare em 1994. O novo game teve sim o envolvimento da desenvolvedora, porém ela não era a principal empresa por trás do projeto. O jogo foi bem recebido e ascendeu uma luz no fim do túnel daqueles que ainda acreditavam no estúdio. No ano seguinte, mais um jogo para Kinect chegou ao mercado (época em que o Xbox One não era vendido sem o acessório). Com a mudança de política por parte da Microsoft de abandonar o Kinect, o futuro da Rare era incerto.

Em 2015, uma coletânea com os grandes títulos marcantes do estúdio foi lançada, sendo que seu grande novo projeto chegou apenas em 2018. Sea of Thieves era uma IP completamente nova, que se focava no multiplayer. No seu lançamento, o jogo foi criticado por ter pouco conteúdo, mas mesmo assim foi um sucesso comercial, consagrando-se como maior estreia da história de jogos do estúdio desde 1995, quando o NPD começou a fazer seus registros. Desde então, a desenvolvedora vem atualizando Sea of Thieves e o título se tornou um exemplo do quanto um jogo pode melhorar com tempo.

Mesmo ocupada em manter o multiplayer de Sea of Thieves vivo, a Rare, junto com a Dlala Studios, está trabalhando no desenvolvimento de um novo Battletoads. Em suas primeiras aparições, o jogo foi bastante criticado e provavelmente passará por grandes mudanças antes de ser lançado. Outro projeto em andamento é Everwild, que foi anunciado no X019 e está sendo desenvolvido por uma equipe menor dentro do estúdio. Apesar de não sabermos nada sobre o novo projeto, o trailer que foi revelado parece ter agradado grande parte dos jogadores.

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