A trajetória de Gears of War nas mãos da Microsoft


Lançado originalmente em 2006, para o Xbox 360, Gears of Wars foi um sucesso estrondoso e acabou dando origem a uma franquia de jogos que revolucionou o gênero de tiro em terceira pessoa. Depois da trilogia original, em 2013 foi publicado Gears of War: Judgment, o primeiro spin-off da série, que também é um prequel. Em janeiro de 2014 era noticiado que a Microsoft havia comprado os direitos de Gears of Wars da Epic Games. O futuro da série foi depositado nas mãos do estúdio Black Tusk, que até então estava encarregado de desenvolver um título exclusivo para Xbox para rivalizar com Halo. Rod Fergusson, um dos principais nomes por trás de Gears of Wars, foi contratado para ser o chefe do estúdio. Agora inteiramente dedicado a Gears, o nome do estúdio foi renomeado para The Coalition.

O primeiro jogo da The Coalition foi um remake do título que deu origem franquia. Criar Gears of War: Ultimate Edition foi uma forma do estúdio se familiarizar com as mecânicas padrão da série, já que a maioria dos funcionários jamais haviam trabalhado em algum dos games da saga. Apesar de problemas pontuais, a empreitada deu certo e o remake foi um sucesso. No ano seguinte, 2016, a The Coalition lançou Gears of War 4, jogo que tinha a difícil tarefa de dar sequência à trilogia de Marcus Fenix, que, por sinal, tinha um final bem fechado. O game teve uma recepção positiva, porém recebeu críticas bem duras pela falta de novidades e pelo foco e ritmo de sua campanha, ao mesmo tempo a jogabilidade foi muito elogiada e mostrou que o novo estúdio tinha captado a essência básica da franquia.

Na E3 2018, a Microsoft anunciou Gears 5 com a promessa trazer um ar fresco através de alterações no gameplay e uma narrativa mais elaborada. A mudança no título do jogo, que perdeu o termo "of war", era um indicativo que a série caminhava para novos rumos: junto com o quinto título principal foram anunciados dois novos spin-offs, Gears POP, fruto de uma parceria entre o estúdio Mediatonic e a The Coalition, e Gears Tactics, um jogo de estratégia por turnos que estava sendo desenvolvido pela Splash Damage em parceria com a The Coalition.

O primeiro dos jogos a chegar no mercado foi Gears Pop, lançado para celulares e Windows 10 em agosto de 2019. Em setembro do mesmo ano foi a vez de Gears 5 fazer sua estreia; para a felicidade dos fãs o título conseguiu cumprir as promessas do estúdio. Entretanto, o game sofreu com muitos bugs em seu lançamento, além de ter diversos problemas no multiplayer, sendo o principal deles a dificuldade para encontrar partidas. Apesar das falhas, que foram rapidamente corrigidas pelo estúdio, Gears 5 foi um sucesso entre os críticos e o público, concorrendo ao prêmio de melhor jogo de ação no The Game Awards 2019 e de jogo do ano no Golden Joystick Awards.

Depois da franquia finalmente ter engrenado novamente, o anúncio de que Rod Fergusson estaria deixando a The Coalition acabou pegando a comunidade de surpresa. Os fãs de Gears of War então se dividiram em dois grandes grupos: os que ficaram felizes pela saída, por não terem gostados dos novos rumos que Fergusson deu para franquia, e os que ficaram tristes com a despedida da pessoa chave por trás dos títulos mais recentes de Gears. O desenvolvimento de Gears Tactics continuou em andamento e o seu lançamento seria a prova definitiva para mostrar se a The Coalition estava pronta para lidar com a série sem a presença do seu principal diretor.

Hoje, 28 de abril de 2020, marca a chegada de Gears Tactics ao mercado, especificamente no PC, já que a versão para Xbox One permanece sem dada. No geral, a recepção do jogo foi positiva, mostrando que a colaboração entre a Splash Damage e The Coalition deu certo. Há, porém, problemas que poderiam ter sido evitados. O consenso geral das análises é que narrativa demora muito para engrenar e o jogo conta com uma grande repetição de missões, algo que também foi apontado em alguns reviews de Gears of War 4.

É difícil dizer o que falta para a The Coalition conseguir entregar uma sequência de lançamentos consistentes. É inegável que quando os jogos eram feitos pela Epic Games as críticas eram menores (com exceção do polêmico Judgment, que não ficou apenas a cargo da Epic Games). Por mais que o estúdio atual lute para honrar a franquia, sempre há tropeço em algum aspecto. Ficam agora duas perguntas. Com a saída de Rod Fergusson, quem passará a ser o principal nome por trás da franquia e liderará o fechamento da segunda trilogia da série principal? E o mais importante: teremos novamente um lançamento com inconsistências?

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