Análise da série Billions (4ª temporada)


Atenção! O texto a seguir contém spoilers da terceira temporada de Billions.

Ao começar a assistir Billions, penso que você, assim como eu, nunca imaginou que um dia Chuck Rhoades (Paul Giamatti) e Bobby Axelrod (Damian Lewis) poderiam se tornar amigos. Pois é, o panorama mudou! O terceiro ano uniu os dois protagonistas pela primeira vez no caso da Ice Juice. No desfecho da temporada passada, quando ambos sofreram duros golpes, eles mais uma vez se encontraram pessoalmente para trocar ideias, desta vez em um jantar na casa do ex-procurador federal do distrito sul. Wendy (Maggie Siff) certamente usou toda a sua experiência para conseguir colocar os dois do mesmo lado. Demitido e não estando mais ocupando nenhum cargo público, não há motivos para Chuck continuar perseguindo Axelrod.

Depois de ter que abrir mão da sua candidatura ao cargo de governador do estado de Nova York, Rhoades quer recuperar a influência e o poder que lhe foram retirados. Seu plano é ousado: voltar a ocupar uma cadeira do Ministério Público, desta vez como procurador-geral do estado. Para isso, Chuck precisa entrar em um jogo político para conseguir o apoio necessário para lançar a sua candidatura. Quando o assunto é conseguir votos, o personagem não poupa nem mesmo a sua intimidade conjugal e torna pública a sua relação de sadomasoquismo com Wendy. A jogada foi inteligente e lhe rendeu a vitória, mas acabou causando um enorme terremoto no seu casamento.


Embora tenha conseguido o que almejava, Chuck não vai ter paz. Ao tomar posse, o protagonista descobre que as coisas não serão tão fáceis quanto imaginava, sem mencionar o fato que ele agora deve vários favores para as pessoas que o apoiaram, tornando sua situação ainda mais delicada. E esse ainda não é o fundo do poço... Seu pai, Chuck Sr. (Jeffrey DeMunn), está disposto a construir em um terreno, mas alguns problemas legais atrapalham o início das obras. Como de costume, Chuck receberá do pai um pedido para que ele use os privilégios do seu cargo para tentar solucionar a sua situação. Acontece que Bryan Connerty (Leonard Moore) e o procurador-geral dos Estados Unidos, Jock Jeffcoat (Clancy Brown), estarão na cola dos dois, esperando apenas um deslize para iniciar um ataque.

No outro lado da história, o novo inimigo declarado de Axelrod é Taylor Mason (Asia Kate Dillon), que abandonou a Axe Capital e fundou a Taylor Mason Capital. Durante toda a temporada, temos uma disputa envolvente entre Bobby e Taylor, com um traçando planos mirabolantes contra o outro no mercado financeiro. Bobby tem vantagem por ter uma quantia muito maior de dinheiro para fazer jogadas, ao passo que Taylor precisa pensar no futuro do seu empreendimento. A mente brilhante de Taylor faz com que a disputa seja equilibrada, levando o bilionário tomar ações que comprometem até mesmo a sua vida pessoal, tudo para alimentar o seu sentimento de vingança.

Se dentre os personagens principais Wendy era a mais íntegra, desta vez a psiquiatra e coach entrou no ringue para lutar a favor de Axelrod. Com o seu casamento indo de mal a pior, Wendy concentra praticamente toda a atenção na Axe Capital e passa a participar do jogo sujo de seus colegas de trabalho. Recusando uma proposta para ir trabalhar na Taylor Mason Capital, ela usa tudo o que sabia sobre Taylor para tentar manipulá-lo, quebrando totalmente a confidencialidade médico-paciente. Quando percebe todas as cartas que estão na mesa, Taylor faz questão de não deixar barato. A repulsa é forte e atinge em cheio o alvo.

Se tem algo que Billions sabe fazer muito bem é entregar excelentes finais de temporada. Felizmente, dessa vez não foi diferente e a atração do Showtime apresentou para o público um desfecho bem elaborado, explicando, passo a passo, as etapas que conduziram àquilo que foi retratado. Isso denota o quão bem escrito é o roteiro da série, que sempre é capaz de nos surpreender com ótimas reviravoltas. De quebra, ainda temos um gancho que nos dá uma pequena ideia de como a série caminhará em sua quinta temporada.


Considerações finais
Com um novo panorama instaurado, Billions mais uma vez cumpriu aquilo que vem fazendo bem desde a sua estreia: apresentar uma narrativa bem escrita e repleta de surpresas. Embora não tenhamos um confronto direto entre Chuck e Bobby, os criadores da série, Brian Koppelman, David Levien e Andrew Ross Sorkin, entregaram uma temporada que em nada deixa a desejar quando comparada com as anteriores. As disputas entre Axelrod e Taylor são ótimas, assim como os eventos relacionados às questões enfrentadas por Chuck. O objetivo sempre é nocautear o oponente.

Diálogos marcantes, planos minuciosamente arquitetados e atuações excepcionais são os principais pontos positivos. Enquanto os novos personagens foram bem inseridos na história, senti falta de uma maior presença de Lara (Malin Akerman), que aparece em um único episódio (muito pouco para alguém que já teve uma certa relevância no passado).

O problema presente nas temporadas anteriores mais uma vez se repete: temos alguns episódios arrastados, com desenvolvimento lento. A verdade é que tornar doze capítulos, com mais de cinquenta minutos cada, dinâmicos o tempo todo é um desafio muito grande. Por outro lado, cada pequeno acontecimento tem importância para trama, o que acaba compensando.

Nota
★★★★☆ - 4 - Ótimo


Herbert Viana

Criador e editor do Portal E7, Herbert é advogado, amante de games e séries. Gamertag/ID: "HerbertVFV". twitter

O que achou desta postagem? Encontrou algum erro? Compartilhe sua opinião!

Postar um comentário (0)
Postagem Anterior Próxima Postagem

Publicidade