Análise do filme Star Wars: Episódio III – A Vingança dos Sith


Atenção! O texto a seguir contém spoilers do filme Star Wars: Episódio II – Ataque dos Clones.

Sendo o último filme da problemática trilogia prequel de Star Wars, A Vingança dos Sith tinha a difícil tarefa de retratar o período das Guerras Clônicas, mostrar o fim dos Jedi e da República, a ascensão do Império Galáctico e o nascimento de um dos vilões mais icônicos da cultura pop, Darth Vader. Além de tudo, essa também era a oportunidade para levantar a moral da franquia, que já não era mais a mesma depois dos dois últimos lançamentos.

O enredo é ambientado nos momentos finais da guerra entre os separatistas e a República. A essa altura, os Jedi já participavam ativamente de todas as batalhas e lideravam tropas de soldados clones. Na história, vemos um Anakin Skywalker (Hayden Christensen) muito mais poderoso e que ainda mantinha o seu relacionamento com Padmé (Natalie Portman). O jovem se torna cada vez mais próximo de Palpatine (Ian McDiarmid), um político da República que serve como uma figura paterna para ele. O problema de tudo isso é que Palpatine era na verdade um lorde Sith, que estava manipulando todos os acontecimentos dos últimos anos, objetivando derrubar a República e se tornar o imperador de uma nova ordem na galáxia.

Palpatine, que como Sith era chamado de Darth Sidious, tinha o controle sobre os dois lados da guerra. Ele não só era mestre de Dookan (Christopher Lee), um dos principais líderes do movimento separatista, como também exercia um importante papel na República. Sabendo que Anakin era uma figura atormentada e um Jedi nada exemplar, aos poucos Sidious consegue se aproximar dele e o torna um grande aliado seu.

A Vingança dos Sith é uma grande reviravolta no universo de Star Wars, tudo o que vimos anteriormente era um preparativo para os fatos aqui retratados. Nos longas anteriores, nunca houve uma vitória, tudo era orquestrado por Palpatine e sempre havia um plano em execução. Sidious manipulou tudo, deixou a cabeça de Anakin ainda mais confusa para que no momento certo o jovem se juntasse a ele, tornando-se Darth Vader.

O Episódio III era o filme com mais responsabilidade de toda a trilogia e, surpreendentemente, conseguiu ser tudo que precisava. O longa tem um ritmo fluido, sendo até corrido em alguns momentos, já que teve que compensar o que foi pouco aprofundado nas produções anteriores. Apesar de não dispensar as tramas políticas, que desta vez são apresentadas de uma forma mais atrativa para todos, temos uma história extremamente divertida.

A narrativa entrega uma reviravolta sensacional, tão boa que nos faz enxergar a trilogia de uma outra forma. A história é muito bem contada, mas falta contexto para algumas coisas. Fica a sensação de que os filmes anteriores enrolaram tanto, que neste tiveram que desenvolver praticamente tudo. As Guerras Clônicas começam no final do Ataque dos Clones, e lá era o momento em que elas deveriam ter ganhado mais espaço, ficando este último filme responsável por apresentar a sua conclusão. Felizmente, hoje temos a animação Clone Wars, que dá um pouco mais de contexto para os acontecimentos entre o segundo e o terceiro filme.

Outro ponto positivo são os personagens. Palpatine é um vilão maravilhoso, Anakin Skywalker tem bem mais personalidade e Obi-Wan (Ewan McGregor) é um verdadeiro mestre Jedi. Os três  são bem desenvolvidos, o que nos faz entender melhor as motivações e as personalidades de cada um. Toda a superficialidade extrema dos filmes anteriores felizmente não foi repetida aqui. A Vingança dos Sith é mais vivo e notamos isso até mesmo nos cenários, que são bem mais bonitos. Apesar de ter muita computação gráfica, ela é bem melhor empregada e não quebra a imersão.

Como a história se passa em uma guerra, naturalmente temos várias cenas de ação, todas muito bem coreografadas, além de serem acompanhadas por uma das melhores trilhas sonoras da franquia. Um pouco de violência também incrementa as disputas, não é nada excessivo, mas sentimos mais o impacto dos golpes. Por criarmos mais afinidades com certos personagens, as lutas são capazes de gerar tensão no espectador: diferente de antes, agora pode ser que alguém que nos importamos seja efetivamente submetido a situações de perigo.


Considerações finais:
Star Wars: Episódio III – A Vingança dos Sith é um filme infinitamente melhor do que os episódios I e II. Temos bons personagens, batalhas muito mais épicas, músicas maravilhosas e uma trama com o que talvez seja a reviravolta mais importante da franquia. A trilogia fica completamente diferente depois de tudo o que acontece aqui, quando entendermos o plano de Palpatine os outros filmes até ficam um pouco menos piores.

Em toda a saga, esse foi o Star Wars que melhor criou um clima de guerra. Notamos que a paz na galáxia acabou e vemos que são tempos sombrios para todos. A Vingança dos Sith é quase um milagre: além de ter desenvolvido e concluído as Guerras Clônicas, ainda sentimos os impactos decorrentes das batalhas. Claro que se no filme anterior o combate tivesse sido aprofundado, as lutas poderiam ter ainda mais relevância, mas isso não é um problema específico desse longa.

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