Brasil tem mais de mil estúdios de desenvolvimento de jogos


Durante o Big Festival 2022, a Abragames (Associação Brasileira dos Desenvolvedores de Jogos Digitais) divulgou os resultados da 1ª Pesquisa Nacional da Indústria de Games, que foi realizada em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (ApexBrasil). 

O levantamento aponta que nos últimos quatro anos o Brasil passou de 375 estúdios de desenvolvimento de games para 1.009, um aumento de 169%. Mais da metade deles estão localizados na região Sudeste (57%), seguido pelo Sul (21%), Nordeste (14%), Centro-Oeste (6%) e Norte (3%). Rodrigo Terra, presidente da Abragames, destaca que esse aumento significativo tem muito a ver com o amadurecimento da indústria nacional: quase 20% dessas empresas estão em atividade por um período entre 10 e 15 anos.

Com relação à diversidade dentro dos estúdios brasileiros, há cerca de 12.441 pessoas trabalhando com desenvolvimento de games no país, sendo 29,8% mulheres. Nas pesquisas de 2018 e 2014, essa mesma fatia representava apenas 20% e 15%, respectivamente. Além disso, mais da metade das empresas (57%) afirmam ter uma força de trabalho diversa, com transexuais, idosos, estrangeiros, refugiados, portadores de deficiência, pessoas pretas, pardas ou indígenas.

O talento nacional não se restringe ao território brasileiro: somente em 2021, 57% das desenvolvedoras tiveram receitas internacionais. Além disso, 12% dos estúdios brasileiros têm representação ou assessoria de imprensa em outros países, 9% têm empresa formalizada, 2% contam com escritório local e 2% pelo menos uma unidade de desenvolvimento no exterior.

O estudo também mostra que 39% dos estúdios que estão em atividade e responderam a pesquisa já participaram de eventos internacionais de negócios como visitantes ou ouvintes, 33% estiveram em rodadas internacionais de negócios, 17% foram a eventos internacionais como expositores ou palestrantes e 13% fizeram parte de missões comerciais em outros países.

Como plataforma de desenvolvimento, 83% dos desenvolvedores brasileiros utilizam o motor gráfico Unity em seus projetos, seguido da Unreal Engine (23%), Blender Engine (13%), Construct (11%) e Game Market (7%). Os dispositivos mobile (38%) são a principal plataforma para a disponibilização dos jogos no mercado. Na sequência aparecem os PCs (20%), consoles (17%), web (13%), realidade virtual/realidade aumentada (9%) e redes sociais (0,4%).

As principais fontes de receitas são os jogos de entretenimento (76%), jogos educacionais (12%), advergames (6%), treinamento corporativo (4%) e simuladores com uso de hardware específico (1%). Embora seja comum que uma desenvolvedora atue em mais de uma área, a pesquisa considerou apenas a indicação da maior receita.

A grande maioria dos estúdios (93%) que participaram do levantamento desenvolve as suas próprias PIs (propriedades intelectuais), enquanto 18% licenciam projetos de outras empresas, 17% estão envolvidos com projetos transmídia e 13% licenciam suas PIs.

O Brasil atualmente conta com mais de quatro mil cursos de graduação de Jogos Digitais ou de Design de Games cadastrados no Ministério da Educação, sendo que 0,27% dos cursos são oferecidos pelo setor público. Mais de 40% desses cursos estão na região Sudeste e a estimativa é de que a cada ano se formem um total de 3.965 estudantes.
Herbert Viana

Criador e editor do Portal E7, Herbert é advogado, amante de games e séries. Gamertag/ID: "HerbertVFV". twitter

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