Análise da série Bates Motel (4ª temporada)
Atenção! O texto a seguir contém spoilers da terceira temporada de Bates Motel.
A relação entre Norma (Vera Farmiga) e Norman (Freddie Highmore) nunca atingiu um estágio tão crítico como o visto na quarta temporada. Norma finalmente percebeu que o filho precisa de ajuda médica e isso acaba afetando diretamente a conexão entre eles: o jovem passa a assumir um comportamento diferente com a mãe, deixando-a muito irritada. Durante os dez episódios, fica claro o quanto Norman pode ser inteligente e manipulador para conseguir alcançar seus objetivos.
Tudo começa quando um fazendeiro encontra Norman falando sozinho no campo. Na cabeça do protagonista, ele estava tendo um diálogo com a mãe. Ao tentar atacar o fazendeiro, o jovem leva um golpe, fica desacordado e é levado para o hospital do condado de Willamette, onde é examinado. Como não havia vagas disponíveis para internação, Norman é amarrado em uma maca e deixado em um dos corredores da instituição. Além de ter prestado assistência médica, o fazendeiro também entra em contato com Norma e revela o que havia acontecido. Chegando no hospital, a proprietária do Motel Bates é informada que Norman ficará em observação e caso ela não procure um tratamento adequado para o filho, ele poderá ser levado compulsoriamente para um hospital psiquiátrico.
Outra personagem que também inicia a temporada no ambiente hospitalar é Emma (Olivia Cooke), que após ter recebido ajuda financeira de Dylan (Max Thieriot) e Caleb (Kenny Johnson), irá realizar um transplante de pulmão. Ao contrário dos anos anteriores, Emma e Dylan realizam participações mais discretas na história. A surpresa fica por conta do aparecimento repentino da mãe de Emma, que passa a ter um envolvimento com os Bates e se torna um dos pilares centrais para o desentendimento entre Norma e Norman.
Buscando o melhor para o filho, Norma resolve ir conhecer o Instituto Pineview. Ela até acha que aquele seria um bom lugar para o filho, mas a lista de espera e o valor cobrado pela diária dos pacientes torna qualquer tipo de internação inviável. Desesperada, Norma bate na porta do xerife Romero (Nestor Carbonell) e lhe faz uma proposta inusitada: se os dois se casassem, seu filho seria incluído no plano de saúde do policial e poderia realizar o tratamento. Em um primeiro momento, Romero nega veementemente o pedido que lhe foi feito, mas no transcurso dos episódios ele muda de ideia e decide realizar tal ato. Para que o casamento não ficasse parecendo uma farsa e virasse alvo de fofocas na pequena cidade de White Pine Bay, Romero se muda para a casa de Norma e ela passa a acompanhá-lo nos eventos que acontecem no município. Pouco a pouco, eles vão ficando mais íntimos e Romero consegue fazer com que Norma se sinta verdadeiramente feliz ao seu lado.
O processo para o início do tratamento de Norman se torna mais complicado do que eles esperavam. Quando presencia a chegada de um fax com o formulário de consentimento para sua internação, ele fica completamente descontrolado. Como o protagonista acredita que todos os assassinatos dos quais ele é o autor foram, na verdade, cometidos por sua mãe, quem realmente precisava de ajuda era ela, e não ele. Depois de uma reviravolta envolvendo os dois personagens, com direito a excelentes cenas de suspense, Norma finalmente consegue fazer o filho assinar o formulário. No Instituto Pineview, Norman apresenta uma resistência inicial, mas o seu quadro tem uma boa evolução com o passar dos dias. Essa situação muda completamente quando ele descobre, por meio de um recorte de jornal, que sua mãe se casou com Romero. A partir desse ponto, seu objetivo passa a ser encontrar uma forma de sair de Pineview e acabar com qualquer relacionamento existente entre Norma e Romero.
O que faz a quarta temporada ser tão boa é o fato dela focar quase que inteiramente na sua história principal. O enredo de Bates Motel sempre foi muito bom, mas as tramas secundárias nunca conseguiram atingir o mesmo grau de excelência dos eventos envolvendo os dois protagonistas. Desta vez é diferente: os pequenos desdobramentos relacionados com a morte de Bob Paris (Kevin Rahm), a ligação indireta de Norma com o fruto dessa história e a presença constante de Romero fazem com que esse arco seja bastante interessante. O quarto ano ainda respondeu uma questão iniciada na primeira temporada: a construção do novo desvio da cidade foi concluída, o que significa que Norma não conseguiu impedir a realização da obra e tudo indica que ela abandonou o seu cargo na prefeitura.
Considerações finais
 Os méritos da quarta temporada não se resumem às escolhas narrativas feitas pelos roteiristas, é preciso destacar o alto nível técnico da atração. Câmeras bem posicionadas, excelente iluminação e direção de arte impecável fazem com que esse seja o melhor ano de Bates Motel. A memorável sequência de cenas do nono episódio é o grande destaque da temporada e um dos melhores momentos, se não o melhor, de toda a série. A forma com que o evento em questão foi retratado merece muitos elogios, não só pela sua execução, mas também pela importância que ele terá para a conclusão da série na quinta e última temporada.
Enaltecer o trabalho da dupla Vera Farmiga e Freddie Highmore já até se tornou algo repetitivo nas análises de Bates Motel, os dois atores realmente merecem todos os elogios possíveis, ambos se encaixaram muito bem nos papéis desde a estreia da série. Nestor Carbonell, que foi aos poucos ganhando espaço, mais uma vez se destacou e desempenhou ótimas performances durante os embates do seu personagem com o perturbado Norman Bates. Agora, vamos ver como é que a atração caminhará para o seu encerramento.
Nota
 ★★★★★ – 5 – Excelente
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