Análise do jogo Lara Croft GO
Depois do sucesso de Hitman GO, a Square Enix decidiu levar uma de suas mais populares franquias para o estilo de puzzles em blocos ou quebra-cabeça em turnos, como preferir. Com isso, surgiu mais um interessante spin-off para a série Tomb Raider, que já contava com os games Lara Croft and the Guardian of Light e Lara Croft and the Temple of Osiris, que inserem a famosa arqueóloga em novas experiências de gameplay.
Em Lara Croft GO, o jogador é levado até um mundo há muito tempo abandonado, onde Lara enfrenta ruínas de uma antiga civilização enquanto descobre segredos e encara desafios mortais para revelar o mito da Rainha do Veneno. Todos esses detalhes estão presentes na sinopse do game, já que o jogo em si não possui nenhum tipo de narrativa em texto, sendo toda a história contada apenas com imagens.
Como já mencionado anteriormente, trata-se de um game de puzzle em blocos. Lara já tem os caminhos predefinidos pelos quais pode percorrer dentro de cada nível. Enquanto a arqueóloga está parada, nada no mundo sofre alteração, mas basta um simples movimento da personagem para que inimigos e lâminas metálicas mecânicas “ganhem vida”. Ativar determinados mecanismos faz com que bolas de pedras gigantes rolem pelo cenário e destruam quase tudo o que estiver pela frente. O sistema de turnos permite que o jogador analise a situação e planeje o melhor movimento a ser executado pela personagem, já que não há nenhum marcador de tempo que o obrigue a tomar decisões precipitadas.
Lara pode realizar ataques a curta distância com sua clássica pistola. Neste caso, as ações sempre devem ser feitas pelas laterais ou por trás dos inimigos (cobras e crocodilos). Tentar combatê-los pela frente certamente resultará na morte da personagem, já que os animais irão atacá-la. Já os ataques à longa distância podem ser feitos por meio de uma lança. Lara também pode utilizar uma tocha de fogo para repelir os inimigos, fazendo com que eles se desloquem para trás. Um ponto importante é que a protagonista tem sempre a pistola à sua disposição, ao contrário da lança e da tocha de fogo, que só estão presentes em locais predeterminados.
Além de andar, Lara pode escalar paredes, interagir com alavancas, barras, plataformas e pilares que podem ser empurrados. Todos esses elementos são essenciais para conseguir desvendar os puzzles e avançar para o próximo nível. Se o jogador travar em alguma parte, ele pode utilizar do sistema de ajuda do game, que acaba mostrando quais movimentos devem ser feitos para que a protagonista consiga seguir sua jornada. Pelos cenários estão espalhados fragmentos de relíquias e joias escondidas dentro de vasos, o que gera um desafio extra para o game.
Na campanha principal os puzzles possuem um grau de dificuldade moderado, havendo pouquíssimos níveis em que os quebra-cabeças realmente são muito difíceis. Já no tocante às duas expansões lançadas, “A Caverna do Fogo” exige um grau de raciocínio maior do jogador, ao passo que “O Espelho dos Espíritos” segue o mesmo nível de dificuldade visto no jogo base. Ambas as expansões introduzem novas mecânicas ao game, o que é ótimo.
Artisticamente, Lara Croft GO possui um visual minimalista muito bonito e com cenários bem trabalhados. Um dos recursos disponíveis no menu do jogo é a personalização da personagem, podendo o jogador vestir Lara com alguns trajes conhecidos da arqueóloga. Vale destacar que temos aqui a versão clássica da personagem, e não a Lara presente no reboot de 2013. A trilha sonora está presente durante todo o jogo, misturando-se com os sons do próprio ambiente. As faixas musicais são discretas e agradáveis.
O título pode ser jogado de duas formas, com o mouse/touch ou com o controle (logicamente em dispositivos que possibilitem esses dois modos de jogo). A experiência em aparelhos com telas sensíveis ao toque deve ser boa, mas jogar Lara Croft GO com mouse é cansativo e entediante, razão pela qual utilizei um controle durante minhas jogatinas. Infelizmente o game não tem uma movimentação muito precisa no controle, o que resulta muitas vezes na morte da personagem. Essa falha de movimentação é facilmente percebida nos momentos em que se deve utilizar a lança: arremessá-la em direção a um inimigo pode se tornar um enorme desafio, o que gera um certo incômodo.
Desenvolvido pela Square Enix Montréal e lançado em 2015, Lara Croft GO está disponível para Android, iOS, Windows Phone, PlayStation 4, PlayStation Vita, Windows, macOS e Linux. Esta análise foi feita com base na versão de Windows.
Especificações do computador utilizado para a análise: Intel i5-4440, GTX 750 2 GB, 16 GB de memória RAM DDR3 1333Mhz.
Considerações finais
Lara Croft GO é um jogo simples e desafiador de puzzles em turnos, possibilitando ao jogador testar suas capacidades de raciocínio lógico resolvendo quebra-cabeças em locais abandonados, onde há apenas a presença de animais e armadilhas. O visual minimalista é bonito e a trilha sonora é agradável.
O game, infelizmente, apresenta comandos imprecisos quando se está jogando com um controle, o que gera um incômodo, fazendo com que o jogador muitas vezes tenha que repetir determinados trechos das fases. Por sorte, o sistema de loading é bem rápido. De resto, é um jogo divertido e muito bom para distrair nos momentos em que não queremos algo muito elaborado para passar o tempo. Contando com as duas expansões, Lara Croft GO possui mais de sessenta níveis, o que resulta em algumas boas horas de jogatina.
Nota
★★★★☆ – 4 – Ótimo
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