Análise da série Mr. Robot (2ª temporada)

Atenção! O texto a seguir contém spoilers da primeira temporada de Mr. Robot.
Se a primeira temporada de Mr. Robot já deu um nó no seu cérebro, se prepare para os eventos do segundo ano. Depois que a fsociety executou o plano que causou um colapso no sistema financeiro, Elliot (Rami Malek) decidiu se desligar do mundo tecnológico e foi morar com a mãe. Sua nova rotina inclui assistir jogos de basquete e participar de um grupo da igreja. Mesmo com todo esse esforço, Mr. Robot (Christian Slater) não para de atormentar Elliot e tenta, a todo custo, trazê-lo de volta à sua vida normal para que eles dessem sequência àquilo que haviam começado.
Com o isolamento de Elliot, sua irmã Darlene (Carly Chaikin) é quem assume o controle do grupo hacker, que ousadamente agora tem como centro de operação a casa tecnológica da advogada chefe da E Corp, Susan Jacobs (Sandrine Holt). Susan teve que abandonar a residência depois que o local ficou completamente incontrolável. É de lá que a fsociety executa um novo hack que derruba o sistema do banco da E Corp. Tudo parecia estar indo muito bem, mas eles precisarão lidar com alguns imprevistos.
 
Enquanto isso, o FBI inicia uma investigação para apurar o incidente de nove de maio. Tyrell (Martin Wallström), que está desaparecido, e a fsociety são os principais suspeitos do ataque. Quem assume o controle da operação é a agente Dominique DiPierro (Grace Gummer), uma das personagens de maior destaque da segunda temporada. Totalmente destemida em suas abordagens, DiPierro não recua nem mesmo nos momentos de perigo. Levando uma vida solitária, a agente está determinada a descobrir a identidade das pessoas responsáveis por causar um caos na sociedade.
A atuação do FBI acende um alerta no Dark Army: os chineses temem que algum membro da fsociety possa ter repassado informações para a polícia. Assim, qualquer um que pense em abandonar o barco nessa altura do campeonato poderá sofrer sérias consequências. No decorrer dos capítulos, passamos a conhecer mais sobre a organização e as atrocidades que o grupo é capaz de fazer para proteger seus interesses. Outro detalhe interessante é que o Dark Army possui membros extremamente fiéis, que são capazes de tirar a própria vida em prol da causa. 
Falando um pouco mais dos personagens, Angela (Portia Doubleday) segue com o seu plano de ganhar mais espaço na E Corp e continua tentando descobrir o que aconteceu no acidente que vitimou a sua mãe e o pai de Elliot. A personagem passou por uma grande mudança de personalidade e agora aparenta ser uma mulher muito mais fria e calculista. E olha que ela executa “trabalhos” complicados nessa temporada… Whiterose (BD Wong) também ganha mais espaço, oportunidade em que descobrimos coisas interessantes sobre o personagem e o seu envolvimento com o governo chinês e a E Corp.
Quero especialmente destacar dois episódios do segundo ano do show. O primeiro deles é o sexto capítulo, intitulado “eps2.4_m4ster-s1ave.aes”, que transforma Mr. Robot em um seriado de comédia dos anos 80. Por incrível que pareça, a parte cômica ficou muito boa e se encaixou perfeitamente na história da atração. O segundo é o capítulo sete, “eps2.5_h4ndshake.sme”, mais especificamente a sua parte final, quando a série vai ao extremo na quebra da quarta parede. Se na primeira temporada você podia até chegar à conclusão precipitada de que Elliot e Mr. Robot eram a mesma pessoa, prever a reviravolta que é apresentada nesse episódio vai exigir um esforço maior. Eu mesmo fui pego totalmente de surpresa.

Considerações finais

Assim como nós, Elliot se mostra completamente perdido ao longo dessa temporada. O hacker não consegue lembrar exatamente o que aconteceu na última vez em que viu Tyrell e também não compreende o que é o “estágio dois”, o próximo passo do plano. A atração sabe trabalhar muito bem o enredo, sendo sempre capaz de nos surpreender, mas o começo do segundo ano tem um desenvolvimento lento, tornando os episódios um pouco arrastados. A série basicamente tenta ao máximo esconder seus segredos, à medida que vai enchendo o telespectador com informações. O lado positivo é que várias pontas soltas da primeira temporada foram respondidas.
Com Sam Esmail, criador da atração, dirigindo todos os episódios, mergulhamos ainda mais na caótica mente de Elliot, o que significa que nunca temos 100% de certeza se aquilo que estamos vendo é real ou não. Mesmo com o aprofundamento do protagonista, a série abriu espaço para que suas tramas secundárias fossem melhor desenvolvidas, momento em que vemos as excelentes atuações de todo o elenco. Fotografia e direção contribuem muito para a construção dos mistérios, e a forma com que a trilha sonora é utilizada na transição das cenas continua sendo um elemento marcante do show.

Nota
★★★★☆ – 4 – Ótimo

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Criador e editor do Portal E7, Herbert é advogado, amante de games e séries. Gamertag/ID: "HerbertVFV".
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